O que é Metabolismo e sua aplicação na endocrinologia

Não é à toa que a especialidade é chamada de Endocrinologia e Metabologia. Pois bem, estudamos o metabolismo de vários compostos como os carboidratos, gorduras e proteínas sob a influências dos hormônios e de outros substâncias. Afinal, o que metabolismo? Podemos acelerá-lo ou não?

O que é metabolismo?

Metabolismo vem do grego “metabole” que significa “mudar”. Em medicina, o metabolismo é a mudança que diversas moléculas sofrem, através de reações químicas, com o objetivo de manter as funções básicas para sobrevivência de um organismo.

Na endocrinologia, vários hormônios estão envolvidos no processo do metabolismo energético e de elementos como a carboidratos, gorduras e proteínas.

Elementos do metabolismo e ação dos hormônios

Vale a pena entender quais são os dois componentes do metabolismo e exemplos dos hormônios que fazem predominar um sobre o outro. Os componentes do metabolismo sao o anabolismo e o catabolismo.

Anabolismo

É o processo no qual substâncias mais simples, pequenas, são transformadas em moléculas mais complexas, maiores. As substâncias mais simples servem como “matéria prima” para construção de tecidos ou são estocadas para serem utilizadas quando necessário. Os principais exemplos de anabolismo são o uso dos aminoácidos para formação de proteína muscular e dos ácidos graxos livres para formação de triglicérides, estocados nas células do tecido adiposo e da glicose para formação do glicogênio.

A insulina e a testosterona são exemplos de hormônios anabolizantes que estão relacionados ao metabolismo da glicose e aminoácidos, respectivamente. Temos ainda como hormônios que promovem o anabolismo, o hormônio do crecimento e o estrógeno.

Vale ressaltar que qualquer excesso de substrato, seja ela glicose, aminoácido ou ácido graxo, se não forem queimados como combustível ou utilizados na formação de tecidos, será transformado em triglicérides e estocado no tecido adiposo ou gorduroso.

Anabolismo no diabetes

A insulina é um hormônio que estimula a entrada de glicose nas células e seu estoque na forma de glicogênio hepático. Muito se fala que a insulina engorda. Por que? A insulina além de estimular a entrada de glicose na célula, ela evita a quebra da gordura. Se a pessoa com diabetes ingerir mais calorias que necessita e aplicar a dose adequada de insulina para controlar a glicemia, esse excesso de caloria vai ser estocado na forma de gordura. O jeito para não engordar é manter a quantidade limitada de calorias e aplicar a dose de insulina conforme a quantidade de carboidratos ingeridos.

Anabolismo e testosterona

Outro hormônio que é praticamente sinônimo da palavra “anabolizante” é a testosterona. A testosterona estimula a formação de músculo (proteína) a partir dos aminoácidos.

É frequente o uso da testosterona e seus derivados nas academias para aumentar a musculatura. A administração de testosterona sem a precisa indicação médica pode causar graves problemas saúde. A reposição da testosterona deve ser feita apenas nos casos de deficiência desse hormônio quando não houver contraindicação.

Catabolismo

É o processo no qual as substâncias mais complexas são transformadas nas substâncias mais simples para serem utilizadas como fonte de energia para os processos fisiológicos. Há uma prioridade de utilização de um substrato em relação a outro pelos diversos tecidos, mas em condições de grande déficit calórico, tanto o glicogênio, como os triglicérides e as proteínas são utilizados liberar na circulação, respectivamente, a glicose, os ácidos graxos os aminoácidos, que servirão como fonte de energia.

Catabolismo no jejum e restrição calórica

No jejum prolongado ou dietas de muito baixa caloria, quando já esgotados os estoques de glicogênio, os triglicérides contidos no tecido gorduroso são quebrados para fornecer ácidos graxos livres que servirão como base para formação de corpos cetônicos, utilizados como fonte alternativa de energia.

Efeito do jejum sobre a quebra da gordura e formação de corpos cetônicos

Catabolismo na hipoglicemia e diabetes descompensado

Temos alguns exemplos de catabolimo no metabolismo da glicose: na hipoglicemia, o glicogênio hepático é “quebrado” para liberar moléculas de glicose.

No diabetes descompensado, temos um exemplo onde o catabolismo é predominante. A falta da insulina gera menor entrada de glicose na célula, aumento da glicemia e provocando glicosúria e perda calórica. Paralelamente, há quebra de gordura para formação de corpos cetônicos. Todo esse processo resulta em perda de peso, pela prepoderância do catabolismo sobre anabolismo. Sabendo disso, alguns pacientes reduzem deliberadamente a dose insulina para emagrecer, um transtorno alimentar perigoso chamado de diabulimia, que pode levar ao quadro de cetoacidose e complicações crônicas do diabetes.

Catabolismo nas doenças da tireoide

Finalizando os exemplos de aumento do catabolismo, temos o hipertireoidismo, que é um clássico modelo de perda de peso devido a causas hormonais. A relação entre tireoide e ganho ou perda de peso é sempre muito lembrada – mais no ganho que na perda. Para saber mais, te convido a ler o post relacionado: tireoide e peso.

Metabolismo e composição corporal

Anabolismo e catabolismo também podem ter um sentido mais amplo do que do consumo e armazenamento das moléculas, podendo também ser aplicado à maior formação ou destruição dos tecidos do organismo.

Se você quer saber qual a relação do metabolismo com o ganho ou a perda peso, confira o próximo post sobre o assunto!

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Suzana

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